Quadrinhofilia

PARTE 2: Lyon, França

25 ago

PARTE 2: Lyon, França

Entre maio e junho de 2014, a Quadrinhofilia participou de eventos na França, Alemanha e Portugal abrindo exposição do trabalho de José Aguiar e divulgando os quadrinhos brasileiros na Europa em debates e sessões de autógrafos.

 

 

Nossa segunda parada em nossa “turnê” foi na França, em Lyon, cidade irmã de Curitiba e capital da região Rhône-Alpes, entre os dias 13 e 15 de junho. Lá conhecemos um evento numa escala maior do que aquele que prestigiamos dias antes em Portugal. (Assista ao vídeo sobre o Festival de Beja aqui.) Assim como em Beja, a BD também se espalhava pela cidade de Lyon, tornando quase impossível conferir todas as atrações disponíveis que variavam desde exposições, feiras, concertos, debates, espetáculos teatrais e outras coisas que o tempo nos impediu de conferir em sua totalidade. Desta vez, o quadrinista José Aguiar foi o único autor brasileiro convidado do evento, a nona edição do Lyon BD, onde autografou seus livros da série Ernie Adams no Palácio do Comércio, que foi o principal centro do evento, que recebeu cerca de 180 convidados de 23 países e um público estimado em mais de 40 mil pessoas. Em sua quase uma década sediando o festival, Lyon se tornou um dos principais centros criadores da BD francesa na atualidade.

 

Sobre sua experiência com o mercado francês, relata José Aguiar: “Publiquei pela primeira vez na França em 2004, em parceria com o roteirista Wander Antunes. Em minha primeira viagem para lá , autografando o segundo volume da série Ernie Adams, tive a primeira oportunidade de conhecer de perto um dos maiores mercados mundiais das HQs. Uma realidade muito distante do que se vivia no Brasil daquele momento. Hoje, guardadas as proporções, nos aproximamos do modelo franco-belga, com livros lançados em livrarias, não em bancas. Mas em termos de números de títulos e vendas ainda engatinhamos. Lá  existe uma crise pelo excesso de títulos, cerca de 300 livros por mês, que não ficam mais de um mês nas prateleiras por falta de espaço. No Brasil, fora alguns fenômenos, uma tiragem ainda leva até dois anos para se esgotar.”

 

De Lyon ficou a impressão de um evento grandioso, pensado para movimentar o mercado editorial, a comunidade, escolas regulares e de arte, museus e, especialmente, incentivar a produção local, pois Lyon e proximidades possuem um grande número de autores em atividade, como o casal Jérôme e Anne-Claire Jouvray, (autores das séries  Lincoln e Jonny Jungle), que fazem parte do coletivo de artistas locais chamado “KCS Production”. Por sinal, encontrar Anne-Claire pela primeira vez após ela ter colorizado os álbuns de Ernie Adams, foi um presente a mais nesse festival que, se ainda não é um os maiores da França, caminha a passos largos para se tornar um dos mais importantes da Europa. Graças também a seu interesse não só pelo que acontece por lá, mas também na América Latina, que neste ano teve uma expressiva delegação argentina liderada por Eduardo Risso  (desenhista de 100 Balas).

 

Deixamos aqui nossos agradecimentos à Aliança Francesa de Curitiba, Christian Dejour e Dayana Belmont, Sylvain Bureau, Mathieu Diez, Claire Guillaume, e a todos da organização do Festival de Lyon, pelo carinho com que fomos recebidos em sua cidade. Foi um grande prazer que esperamos repetir em breve.

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